Na noite desta terça-feira (26), a
cidade de Bom Jardim voltou a ser destaque na imprensa nacional. O
Jornal Nacional mostrou as denúncias de corrupção no município
hoje administrada pela prefeita Malrinete Gralhada (PMDB).
A reportagem (veja acima) mostra as péssimas condições de escolas publicas municipais que faltam cadeiras e até luz.
O apresentador William Bonner chamou a
reportagem dessa forma: “São tantos casos de corrupção que a gente
noticia no Jornal Nacional, é tanto roubo de dinheiro de impostos, que
algumas pessoas chegam a esquecer o mal que isso pode representar, na
prática, pros cidadãos, pra sociedade. Tem gente que perde mesmo a noção
do efeito prático desses roubos. Por isso é muito bom a gente mostrar
essa reportagem na cidade de Bom Jardim, no Maranhão.”, afirmou.
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Estudantes de Bom Jardim sofrem com situação precária de
escolas. Estrutura das escolas da cidade a 280 km de São Luís é
precária. Ex-prefeita foi acusada de desvio de dinheiro da educação e da
saúde.
O esforço para estudar é rotina para quem mora em Bom Jardim, que tem 40 mil habitantes e fica a 280 km de São Luís.
Em 2015, a cidade ficou conhecida por
causa da prefeita Lidiane Leite, que foi presa, acusada de desviar
dinheiro da educação e da saúde, enquanto ostentava uma rotina de luxo
nas redes sociais. Na época, ela era do PP, mas foi afastada do partido.
A vice-prefeita, Malrinete Gralhada, do
PMDB, que assumiu, também está sendo investigada pelo Ministério Público
por suspeita de fraudar licitações.
Enquanto isso, Bom Jardim segue com
escolas sem a mínima estrutura. O teto é de palha, as paredes são de
barro e as duas únicas salas são divididas apenas por uma lona. Ali
estão alunos da 6ª à 9ª séries do ensino fundamental, estudando juntos. O
piso é de terra batida. Também não há energia elétrica, refeitório ou
cozinha para preparar e servir o lanche das crianças. A escola não tem
sequer um banheiro de verdade: o que tem é um cercado de palha.
“[Gostaria de] uma escola que tenha banheiro, tenha um refeitório para fazer a merenda, a zeladora”, diz a aluna Nilza Castro.
Até os adultos que querem retomar os
estudos enfrentam muita dificuldade. Como as aulas são à noite, eles têm
de usar lanternas para conseguir enxergar a lição. O lampião a gás não é
suficiente para clarear a sala e cada um traz sua própria luz.
“Tem que ser no escuro, enfrentando essa
lanterninha. Para ver como é a nossa vida, o nosso sofrimento. Nosso
dia-a-dia não é fácil”, relata o agricultor José Matos.