O PSOL protocolou na tarde desta
segunda-feira (28) um pedido de impeachment contra Michel Temer (PMDB),
no qual o presidente é acusado de também ter atuado para pressionar o
ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para a liberação de uma obra de
interesse pessoal do ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de
Governo).
O líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente
(SP), afirmou que tanto Geddel quanto Temer praticaram os crimes de
tráfico de influência e advocacia administrativa (uso de cargo público
para defender interesse particular) e que Temer foi “condescendente” ao
não demitir Geddel. “O interesse privado do ministro Geddel em um
apartamento de luxo virou um problema da cúpula do governo”, disse
Valente.
Após pedir demissão, Calero afirmou ter
sido pressionado por Geddel para que fosse revertida a decisão do Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que embargou a
construção do edifício La Vue, em Salvador, onde Geddel comprou um
apartamento. O órgão de patrimônio não permitiu os 30 andares do prédio
em região de bens tombados da capital baiana.
Geddel, assim como o presidente Temer, admitiu ter tratado do assunto
com Calero, mas negou ter pressionado o ex-ministro. O Iphan é
administrativamente subordinado ao Ministério da Cultura.
A repercussão do caso levou Geddel a pedir demissão do ministério. Temer ainda não indicou o substituto.
Outros partidos de oposição também
patrocinam uma ofensiva contra Temer. Parlamentares do PT devem pedir ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que investigue a atuação
de Temer no caso. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) articula com
movimentos sociais e juristas a apresentação de um outro pedido de
impeachment do presidente.